1) POR UM AMBIENTALISMO INDEPENDENTE EM SOROCABA

TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 11 DE MAIO DE 2007POR UM AMBIENTALISMO INDEPENDENTE EM SOROCABA

Desde 1998  eu (Demis Lima) e Marcio Meiken meu sócio na Biodiversa: Inovações Ambientais temos trabalhado buscando promover ações de cunho sócio-ambiental em Sorocaba, em diversas cidades do estado de São Paulo e até em outros estados do Brasil.
Desde 2002 em especial já como biólogos, empresários, empreendedores e formadores de opinião, temos difundido a idéia da necessidade de uma educação ambiental crítica, libertadora, politizante e pró-ativa em diferentes comunidades de diversas cidades do nosso país por onde passamos.
Diante do estado lastimável do trato com as questões ambientais em nossa cidade, não nos é possível compactuar passivamente com a atual política e seus desmandos.

HÁ QUEM INTERESSA A FALTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SOROCABA?
QUEM SAI LUCRANDO COM A FALTA DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL CRÍTICA EM SOROCABA?Diante das nossas práticas e experiências acumuladas na ultima década, podemos afirmar que em Sorocaba-SP impera por parte do poder público, especificamente em sua "área de meio ambiente" dentro da Secretaria de Habitação Urbanismo, um paradigma medíocre onde se promove, pratica, estimula e só se financiam projetos de “educação ambiental” que sejam ingênuos, pseudo-críticos, despolitizados e onde ainda se confundem aulas práticas de Biologia, Zoologia e Botânica com Educação Ambiental.
Tais projetos urgem por estimulo do senso crítico dos seus participantes, gerando sim modificações no dia-a-dia e verdadeiro engajamento dos seus cidadãos que muitas das vezes são crianças que vivem na zona urbana, com problemas e potenciais urbanos.

RÓTULO EQUIVICADO E ABORDAGEM INGÊNUA

Com o este rótulo paradigmático “Educação Ambiental” o que observamos em Sorocaba, nossa cidade, é uma abordagem destituída de qualquer conteúdo realmente crítico e politizante em relação à realidade local e seus complexos problemas sócio-ambientais muitas vezes urbanos e contemporâneos.
Em relação à baixa quantidade efetiva dos supostos "programas" de educação ambiental, estes quando ainda são realizados, acabam por ser projetos apenas pontuais (cursos de férias – duas vezes por ano nos parques da Biquinha e zoológico) e/ou "mini-clubes ecológicos" que atingem no máximo uma centena de crianças e jovens por ano – uma mínima porcentagem da população numa cidade com mais de 600.000 habitantes e diversas demandas sócio-ambientais muito além do que foi e tem sido pobremente ofertado pela "área de meio ambiente da Secretaria de Habitação e urbanismo e seus dirigentes.

MUDANÇA DE POSTURA EM RELAÇÃO À ÁREA DE MEIO AMBIENTE DE SOROCABA

Em Sorocaba, foram frustradas as tentativas sucessivas de diversos grupos ambientais e outros profissionais competentes de se fazer algo diferente destas atuais práticas ambientais ingênuas. Estes grupos esbarraram nas sucessivas negativas dos dirigentes no poder na atual área de Meio ambiente em apoiar e financiar programas e/ou projetos que não sejam: ingênuos ou poliânicos (com óculos cor de rosa diante de tantos problemas ambientais locais). Imperando um gerenciamento ambiental onde há uma mediocrização reacionária e obtusa que interessa aos setores que deveriam estar sendo fiscalizados e cobrados por cidadãos lúcidos e críticos. Tememos portanto pelo futuro ambiental de nossa cidade e das possíveis consequências disso na vida dos cidadãos de Sorocaba.

AÇÃO E ENGAJAMENTO

Nós, autores deste manifesto, em 2007 diplomticamente resolvemos nos envolver e posicionar de um modo mais crítico e aguerrido na política pública de meio ambiente de nosso município, afinal toda educação ambiental é também um ato político.

PROBLEMAS SÓCIO-AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Diante dos fatos que seguem abaixo, informamos a nossa postura em relação à Prefeitura Municipal de Sorocaba e no que nos toca mais intimamente: sua respectiva e inepta "área de meio ambiente". Continuaremos com nossa postura diplomática de “10 elogios para cada crítica”, mas há diversas críticas a serem feitas. Os diversos motivos seguem abaixo:

1) O piso “estressado” do centro de Sorocaba que ao menor sinal de umidade e/ou poeira causa queda dos cidadãos, que além de estar colocando em risco nossos munícipes, está nos tornando motivo de piadas em outras cidades;

2) Urgência em se ter de fato uma Secretaria de Meio Ambiente e não mais uma área de meio ambiente dentro da secretaria de urbanismo que pouco ou nada faz de fato pelos complexos problemas de nossa cidade.  Faltando complanejamento para que se façam investimentos na área de meio ambiente de uma forma coerente, verdadeira, maciça e constante. Tudo isso com metas claras e transparência.

3) Descaso com os parques - vide Parques: da Biquinha, Bráulio Guedes, Ouro Fino, Chico Mendes, Água Vermelha. Temos uma infinidade de  fotos que comprovam o abandono dos parques feitas ao longo de mais de uma década da antiga e atual gestão municipal na área de meio ambiente;

4) A falta de abordagem crítica e modificadora realizada e endossada pelos praticantes de velhos modelos eco-educativos muncipais, modelos paradigmáticos vivos e totens ambientais desta cidade que insistem na idéia de que educação ambiental é aula prática e ingênua de biologia. Tal modelo tem servido como uma luva nos últimos 10 anos para a gestão municipal e sua área de meio ambiente, que não tem de fato compromisso em gerar cidadãos lúcidos e comprometidos e engajados com as mudanças que o novo quadro sócio-ambiental mundial conclama. Lembramos aqui que a verdadeira educação ambiental é antes de mais nada um ato político e portanto gerador de indivíduos críticos e lúcidos;

5) Severas críticas documentadas ao plano de arborização que teve e tem grande rejeição da população de Sorocaba, além da falta de educação ambiental sobre o tema que fora prometida pelo projeto “ Minha cidade mais verde” nos anos de 2002 e 2003;

6) Contra as podas drásticas das nossas árvores, corte e substituições de árvores adultas por arbustos ou palmeiras( que não são árvores)  que nem sombras dão, e que diante do aquecimento local só faz agravar o problema do desconforto térmico e excessivamente  luminoso dos transeuntes ao longo dos dias ensolarados comuns em Sorocaba;

7) Pelo modo como têm sido conduzidas questões relevantes relacionadas à agenda 21 local (plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.);

8) Pelo cumprimento da promessa de que haveria educação ambiental eficiente nas questões relacionadas às queimadas em nossa cidade.
LIBERDADE DE EXPRESSÂO CIDADÂ
Como temos total ciência de que apesar de sermos cosmopolitas,   somos antes de tudo cidadãos brasileiros, do estado de São Paulo,  sorocabanos, empresários, biólogos, educadores ambientais livres e formadores de opinião lúcidos do nosso papel, exerceremos aqui e sempre a nossa liberdade de expressão, já que impera há anos uma lei do silêncio - imposto aos funcionários da prefeitura que não podem ousar se manifestar contra péssimas políticas públicas na área de meio ambiente em nossa Sorocaba.
LEI DO SILÊNCIO
Aproveitamos para citar como exemplo o abandono dos parques: quando chamados a se manifestar junto à imprensa sobre as diversas críticas em relação ao abandono dos parques, os diretores e funcionários destas áreas verdes têm de se calar por ordem dos seus dirigentes sob a pena de perderem seus cargos e ou serem remanejados para outros setores de serviços .

Convocação de todos os cidadãos e Ambientalistas independentes de Sorocaba
Estamos convocando todos os cidadãos, ambientalistas independentes, formadores de opinião de nossa cidade para se engajar conosco para gerar mudanças sócio-ambientais efetivas em nossa cidade.

Vamos juntos Mostrar os Verdadeiros cartões postais de Sorocaba

A partir de agora utilizaremos as diversas mídias e espaços públicos: de forma que escreveremos para jornais, iremos às rádios, programas de televisão e internet fazendo denúncias dos descasos dos últimos dez anos; do que de fato tem sido feito para com nossa cidade e com seu meio ambiente.

Demis Lima & Marcio Meiken
Biólogos e Educadores Ambientais

Demis Lima e Marcio Meiken são Biólogos, empresários e consultores ambientais, vem há anos desenvolvendo projetos de cunho sócio ambientais. Trabalhando com educação ambiental com escolas públicas e privadas, parques municipais, áreas naturais e trilhas com diferentes comunidades das cidades do estado de São Paulo. Realizam também levantamentos de Flora da Mata Atlântica e levantamentos de árvores urbanas. Ministram cursos e palestras sobre estes e outros temas correlacionados em diferentes estados do Brasil para as respectivas instituições: Eucatex SA, Cia Suzano, IBAMA, SENAC, SESC, Prefeituras dos municípios de Sorocaba, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, Bofete, Anhembi, Itatinga. São criadores do Grupo de Trabalhos em Trilhas Interpretativas e do Clube da jardinagem de Sorocaba.