terça-feira, 24 de junho de 2014

Livro reune informações sobre a biodiversidade do município de Sorocaba-SP

O território sorocabano conta com 1.218 espécies vegetais e animais, das quais 1.182 nativas e 36 exóticas. As informações são resultado de pesquisas que agora estão compiladas em um único material: o livro Biodiversidade do Município de Sorocaba,  a obra conta com a participação de 59 pesquisadores ligados a 12 instituições e universidades da cidade. O material servirá de fonte de estudos e referência para a elaboração de políticas públicas relacionadas ao tema.

A Prefeitura realizou um workshop sobre a biodiversidade em Sorocaba. O encontro reuniu profissionais ligados a universidades e órgãos públicos, como professores e pesquisadores, que decidiram colaborar para agrupar em um único local o material que já tinham. Assim surgiu o livro. As informações que podem ser encontradas na obra, afirma o professor, levam à constatação que mesmo com a urbanização, a biodiversidade consegue resistir.


Entre os pesquisadores que colaboraram com o trabalho está a professora de Botânica na PUC-SP campus Sorocaba, Vilma Palazetti de Almeida. Conforme Vilma, o livro cumpre com um dos papeis da universidade, que é a extensão. "A obra permite que o conhecimento acadêmico atenda uma demanda da sociedade", disse a professora, que em seu discurso, destacou que espera que esse conhecimento polinize várias ideias.

Foram impressos mil exemplares, que serão distribuídos em escolas, universidades e bibliotecas de Sorocaba. Todo o conteúdo do livro será ainda disponibilizado no site www.meio ambientesorocaba.com.br 

 Para baixar: copie e cole no seu navegador: 
https://docs.google.com/file/d/0B-QzcM8Q2OyLNlpXSGZWSTNlNms/edit


Curiosidades


Como resultado desse levantamento, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) destaca algumas curiosidades, como a ocorrência da cuíca-três-litras (Monodelphis iheringi), que está ameaçada de extinção. De acordo com a Sema, existem poucos registros da espécie em toda a América do Sul. Trata-se de um marsupial de pequeno porte, chegando a aproximadamente 10 centímetros de comprimento. São animais pouquíssimo estudados, que vivem no solo da floresta alimentando-se, principalmente, de artrópodes, como aranhas e insetos, e pequenos frutos.

Além disso, foram identificadas em Sorocaba nove espécies diferentes de beija-flores, nove espécies de morcegos e a ocorrência do jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) no rio Sorocaba e áreas alagadas.

Já o peixe Tabarana (Salminus hilarii), espécie migradora do mesmo gênero do Dourado, é uma das espécies encontradas no rio Sorocaba que pode ser considerada indicadora de boas condições do manancial.

Também foi observado que algumas espécies vegetais inventariadas constam em listas de espécies ameaçadas e ocorrem naturalmente no município, sendo inclusive utilizadas na arborização urbana. Entre elas, a copaíba (Copaifera langsdorfii), o jacarandá paulista (Machaerium villosum) e o cedro rosa (Cedrella fissillis).

Participaram do projeto professores da UFSCar (câmpus Sorocaba), Unesp (câmpus Sorocaba), PUC-SP (câmpus Sorocaba), Unip (unidade de Sorocaba), Uniso, Universidade Estadual de Santa Cruz, Universidade de Coimbra, University of St. Andrews, além da Secretaria do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Notícia publicada na edição de 25/04/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.



Copie e cole no seu navegador:
https://docs.google.com/file/d/0B-QzcM8Q2OyLNlpXSGZWSTNlNms/edit

Baixe também diretamente do site
http://www.meioambientesorocaba.com.br/

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Conflitos claros entre o PLANO DIRETOR AMBIENTAL E O NOVO PLANO DIRETOR DE SOROCABA










Se quiser baixar o PDA ( PLANO DIRETOR AMBIENTAL)

http://meioambientesorocaba.com.br/sema/UserFiles/file/Detalhamento%20macrozoneamento_outubro_rev5.pdf

Vale a pena ler e compreender porque ele está engavetado!


Caso queira baixar o Plano diretor

http://www.sorocaba.sp.gov.br/planodiretor/

Peço ao seu vereador que a votação do plano diretor seja mudada pois há muito o que se discutir!











Audiência Pública sobre o Plano Diretor Ambiental será na 5ª

Ipanema Online




Nesta quinta-feira (24), a partir das 18h30, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) realizará uma audiência pública para a apresentação do diagnóstico e das propostas do Plano Diretor Ambiental de Sorocaba (PDA). O evento acontecerá no Núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura da Ufscar, que fica na Rua Ana Maria Cinto de Biaggi, 130, no Jardim Santa Rosália.


A audiência contará com a participação de membros da sociedade civil organizada, entidades e profissionais do meio ambiente. O PDA deverá ser norteador da revisão do atual Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial do Município, no que tange os aspectos ambientais e a participação da sociedade no processo de planejamento ambiental.


Em abril de 2010, a prefeitura de Sorocaba assinou convênio com a Corporação Andina de Fomento (CAF) para a elaboração do plano, por meio da Lei Municipal nº 9.069, de 16/03/2010. O termo autorizou a administração a receber até US$ 150 mil da CAF para a elaboração de diagnósticos, que serviram de base para o Plano. Em contrapartida, a Prefeitura arcou com gastos para a aquisição de documentos técnicos, realização de seminários, entre outros.


Coordenada pela Sema, o PDA foi elaborado pela Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda., empresa contratada pela CAF para fazer um levantamento das informações necessárias para a elaboração do plano. Para isso, também houve a participação de representantes do Poder Público e da sociedade civil.


Desde o início dos estudos, em dezembro de 2010, todo material produzido foi discutido com representantes de várias secretarias municipais, autarquias e conselhos até a formação do Plano Diretor Ambiental provisório. Foram cerca de vinte reuniões, conta a secretária Jussara de Lima Carvalho. "Na audiência serão apresentados os levantamentos, diagnósticos e propostas do PDA e os participante poderão se inscrever para fazer perguntas e propor sugestões", destaca.


O Plano Diretor Ambiental provisório foi elaborado para um horizonte de 10 anos, contendo propostas para a Prefeitura enfrentar e solucionar os principais desafios ambientais, procurando compatibilizar o crescimento urbano e a preservação ambiental com desenvolvimento sustentável. A versão provisória do PDA está no site www.meioambiente.sorocaba.sp.gov.br.
Plano Diretor Ambiental garantirá o crescimento sustentável de Sorocaba 
Data: 25/11/11

Foto: Rinaldo Nunes / Sema


Plano Diretor Ambiental garantirá o crescimento sustentável de Sorocaba

"Estou cada vez mais convencido que as melhores cidades são aquelas planejadas com a preocupação da ocupação do seu espaço. E o Plano Diretor Ambiental vai definir diretrizes importantes para o nosso município na questão da preservação ambiental, com o objetivo de melhorar a vida da população", destacou o prefeito Vitor Lippi, na noite desta quinta-feira (24), durante a primeira audiência pública para discutir o Plano Diretor Ambiental de Sorocaba. O evento aconteceu no Núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura da Ufscar e reuniu 135 pessoas da sociedade civil organizada, entidades e profissionais do meio ambiente. Sorocaba será uma das poucas cidades do país a ter um plano diretor com ênfase para o meio ambiente. No Brasil, as duas únicas cidades que já possuem o PDA são Porto Feliz (SP) e Porto Alegre (RS). "Esse é um assunto de extrema importância, pois vai garantir o crescimento da nossa cidade com sustentabilidade, respeitando o patrimônio natural e os limites territoriais de Sorocaba", ressaltou a secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho.

Durante a audiência, Laura Rocha de Castro, coordenadora técnica da Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda., empresa contratada para fazer um levantamento das informações necessárias para a elaboração do plano, apresentou os levantamentos, diagnósticos e propostas do PDA.

De acordo com Laura, 36 mapas compõem atualmente o plano, como o de macrozoneamento, mapa social, recursos hídricos e mananciais, áreas de preservação permanente (APPs), entre outros. Com o banco de dados criado, informações como projeção de copa de árvore, mapa da vegetação, áreas de fragilidades, entre outras, estarão disponíveis para a população.

Além disso, foram apresentadas algumas propostas do PDA, como a criação de um parque do Cerrado na região sudeste da cidade; a elaboração de um estudo hidrogeológico, para identificar a água subterrânea no município; incentivos fiscais, com a implantação de um IPTU Ecológico; elaboração de um Plano Municipal de Mobilidade; entre outras questões.

Em seguida, os participantes puderam se inscrever para fazer perguntas e propor sugestões. Um representante do Conselho Municipal de Agricultura e Abastecimento (Comapa) de Sorocaba, por exemplo, pediu para que fosse reavaliado o número de propriedades rurais da cidade. Os dados do IBGE apontam aproximadamente 200 proprietários. Já o Comapa acredita que existam mais de 1 mil propriedades. De acordo com a coordenadora técnica da Walm, os dados serão reavaliados.

O PDA deverá ser norteador da revisão do atual Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial do Município, no que tange os aspectos ambientais e a participação da sociedade no processo de planejamento ambiental.
A segunda audiência pública está marcada para o dia 7 de dezembro, às 14h, no Salão de Vidro, que fica no andar térreo do Paço Municipal. O evento será aberto a todos os interessados. Depois de analisada todas as propostas, o projeto de lei do PDA será encaminhado para a aprovação da Câmara Municipal de Vereadores.

Como foi feito

Em abril de 2010, a Prefeitura de Sorocaba assinou convênio com a Corporação Andina de Fomento (CAF) para a elaboração do plano, por meio da Lei Municipal nº 9.069, de 16/03/2010. O termo autorizou a administração a receber até US$ 150 mil da CAF para a elaboração de diagnósticos, que serviram de base para o Plano. Em contrapartida, a Prefeitura arcou com gastos para a aquisição de documentos técnicos, realização de seminários, entre outros.
Desde o início dos estudos, em dezembro de 2010, todo material produzido foi discutido com representantes de várias secretarias municipais, autarquias e conselhos até a formação do Plano Diretor Ambiental provisório. Foram cerca de vinte reuniões, conta a secretária Jussara de Lima Carvalho.
O Plano Diretor Ambiental provisório foi elaborado para um horizonte de 10 anos, contendo propostas para a Prefeitura enfrentar e solucionar os principais desafios ambientais, procurando compatibilizar o crescimento urbano e a preservação ambiental com desenvolvimento sustentável. A versão provisória do PDA está no site www.meioambiente.sorocaba.sp.gov.br.


Preservação Ambiental
Lippi assina convênio com a CAF para o Plano Diretor Ambiental de Sorocaba
17/04/2010   foto: redação JP

Sorocaba será uma das poucas cidades do país a ter um plano diretor com ênfase para o meio ambiente.




«O Plano Diretor Ambiental será muito oportuno para Sorocaba, pois definiremos os principais desafios e estratégias para a preservação ambiental de nossa cidade», declarou o prefeito Vitor Lippi após assinar o Termo de Cooperação Técnica de Recuperação Contingente com a Corporação Andina de Fomento (CAF), para a elaboração do Plano Diretor Ambiental do município. O convênio foi assinado também pela representante da CAF no Brasil, Moira Paz Estenssoro, e aconteceu na tarde desta quinta-feira (15), no gabinete do prefeito.

De acordo com Moira, a CAF tem trabalhado com Sorocaba principalmente pela qualidade e potencial da administração municipal. «Eu quero parabenizar Sorocaba, que é uma cidade referência. Gostaria de fazer réplicas deste município em outros locais deste país», elogiou. Com a assinatura do convênio, conforme a Lei Municipal nº 9.069, de 16 de março de 2010, Sorocaba será uma das poucas cidades brasileiras a ter um plano diretor com ênfase para o meio ambiente.

O Plano Diretor Ambiental é uma importante ferramenta de gestão ambiental para os municípios, atualizando e mapeando o zoneamento ambiental existente, servindo de referência para o Plano Diretor da cidade. «Todas as cidades têm características e necessidades próprias, Sorocaba também tem. A criação desse plano para a cidade será fundamental para elaborarmos soluções sustentáveis para o nosso município», destacou a secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho.

O termo autoriza a Prefeitura a receber até US$ 150 mil da CAF para a elaboração de diagnósticos, que servirão de base para o Plano. Em contrapartida, a Prefeitura deverá arcar com aproximadamente US$ 30 mil para a aquisição de documentos técnicos, realização de seminários e demais gastos necessários.

A assinatura do convênio contou também com a participação do vice-prefeito José Ailton Ribeiro, do presidente da Câmara, vereador Mário Marte Marinho Júnior, do vereador Luís Santos, dos secretários José Carlos Comitre (Habitação) e Luiz Angelo Verrone Quilici (Jurídico) e do diretor do Saae, Geraldo Caiuby,

Como será feito

A Secretaria do Meio Ambiente vai elaborar o Plano Diretor Ambiental com propostas e recomendações sobre temas, como a qualidade e a quantidade de água, vegetação, uso do solo, qualidade da urbanização, conservação e recuperação de áreas naturais, áreas verdes urbanas e conflitos ambientais.

Para isso, a equipe da Secretaria de Meio Ambiente e da empresa contratada pela CAF vão fazer um levantamento de informações necessárias para a elaboração do plano, como, por exemplo, o tipo físico, natural, socioeconômico, legislação e demandas socioeconômicas, para subsidiar o Plano Diretor com base no uso sustentável dos recursos do município. «Com isso, vamos gerar áreas que estejam em conflitos de uso, por exemplo», explica Jussara. A Prefeitura terá um prazo de 12 meses para fazer o levantamento. «Com o diagnóstico, teremos duas audiências públicas até este documento ser regulamentado pelo Legislativo. A previsão é que em cerca de 2 anos teremos essa importante ferramenta em mãos», esclarece.


Prefeitura de Sorocaba – Secretaria de Comunicação (Secom)
Tels: (15) 3238.2496 / 2497 / 2498
Mariana Antunes de Campos
MaCampos@sorocaba.sp.gov.br 


16ª Reunião do Comdema
Meio Ambiente realiza a última audiência do Plano Diretor Ambiental de Sorocaba
07/12/2011   foto - http://www.meioambiente.sorocaba.sp.gov.br/Pagina.aspx?pg=1&tp=N&id=1133
A expectativa é que o projeto seja enviado à Câmara Municipal em fevereiro.


Na tarde desta quarta-feira (7), a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) realizou a segunda e última audiência pública para a apresentação do diagnóstico e das propostas do Plano Diretor Ambiental de Sorocaba. O evento aconteceu no Salão de Vidro do Paço, durante a 16ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Comdema).

«Esse é um assunto de extrema importância, pois vai garantir o crescimento da nossa cidade com sustentabilidade», ressaltou a secretária Jussara de Lima Carvalho. Sorocaba será uma das poucas cidades do país a ter um plano diretor com ênfase para o meio ambiente. No Brasil, os dois únicos municípios que já possuem o PDA são Porto Feliz (SP) e Porto Alegre (RS).

Na audiência, Laura Rocha de Castro, coordenadora técnica da Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda., empresa contratada para fazer os estudos para a elaboração do plano, apresentou os levantamentos, diagnósticos e propostas do PDA. Os participantes também propuseram sugestões.

Ao todo, 36 mapas compõem atualmente o plano, como o de macrozoneamento, mapa social, recursos hídricos e mananciais, áreas de preservação permanente (APPs), entre outros. Com o banco de dados criado, informações como projeção de copa de árvore, mapa da vegetação, áreas de fragilidades, entre outras, estarão disponíveis para a população.

Além disso, foram apresentadas algumas propostas do PDA, como a criação de um Parque do Cerrado na região sudeste da cidade; a elaboração de um estudo hidrogeológico para identificar a água subterrânea; incentivos fiscais com a implantação de um IPTU Ecológico; elaboração de um Plano Municipal de Mobilidade e de uma Carta Geotécnica do município, entre outras questões. «A Carta é um instrumento importante para dar apoio para os estudos das áreas de risco, principalmente para a Defesa Civil», explica Laura.

Conforme pedido feito na primeira audiência, realizada em novembro, foi incluído no PDA a realização de um estudo para transformar o bairro da Caputera em um bairro de interesse específico. Depois de analisada todas as propostas, será feito um relatório final e elaborado um projeto de lei do PDA para ser encaminhado para apreciação da Câmara Municipal. A expectativa é que isso aconteça em fevereiro de 2012.

Como foi feito

Em abril de 2010, a Prefeitura de Sorocaba assinou convênio com a Corporação Andina de Fomento (CAF) para a elaboração do plano, por meio da Lei Municipal nº 9.069, de 16/03/2010. O termo autorizou a administração a receber até US$ 150 mil da CAF para a elaboração de diagnósticos. Em contrapartida, a Prefeitura arcou com gastos para a aquisição de documentos técnicos, realização de seminários, entre outros.

Desde o início dos estudos, em dezembro de 2010, todo material produzido foi discutido com representantes de várias secretarias municipais, autarquias e conselhos até a formação do Plano Diretor Ambiental provisório. Foram cerca de vinte reuniões, conta a secretária Jussara de Lima Carvalho.

O Plano Diretor Ambiental provisório foi elaborado para um horizonte de 10 anos, contendo propostas para a Prefeitura enfrentar e solucionar os principais desafios ambientais, procurando compatibilizar o crescimento urbano e a preservação ambiental com desenvolvimento sustentável. A versão provisória do PDA está no site www.meioambiente.sorocaba.sp.gov.br.


Prefeitura de Sorocaba – Secretaria de Comunicação (Secom)
Mariana Antunes de Campos
macampos@sorocaba.sp.gov.br
Telefone: 3238.2491
www.sorocaba.sp.gov.br 




Plano Diretor Ambiental de Sorocaba listou 157 pontos de alagamentos e inundações

Notícia publicada em 06/01/2013




Plano Diretor Ambiental de Sorocaba listou 157 pontos de alagamentos e inundações
O relatório do Plano Diretor Ambiental de Sorocaba listou 157 pontos de alagamentos e inundações existentes no município de Sorocaba - 98 pontos de alagamentos e 57 pontos de inundações. O levantamento tem como data de referência o mês de julho de 2010 e consta do Plano Diretor Ambiental - que tem como base o mês de fevereiro de 2011. Muitos pontos citados no relatório são tradicionalmente conhecidos pelas recorrências de enchentes nesta época do ano, como as ruas Saliba Motta e Abilio Moysés, às margens do rio Sorocaba, e a avenida Engenheiro Carlos Spanghero, na Vila Matilde. Nestes locais, a população continua a se queixar dos estragos provocados pelas enchentes e a reivindicar providências da Prefeitura. Outros pontos figuram simultaneamente tanto na relação de pontos de alagamentos como na de inundações.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que, juntamente com a Defesa Civil, o mapeamento atual do município relaciona 43 pontos de alagamentos e inundações. O Saae classifica como inundação as águas que transbordam dos leitos dos rios e dos córregos, e como alagamentos quando essas águas chegam às vias públicas e/ou aos imóveis
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Saae informou que nos anos de 2010, 2011 e 2012 implantou um total de 6,3 quilômetros de novas redes de galerias pluviais e 202 novas bocas de lobo, em diversos bairros da cidade, o que representou investimentos de R$ 3 milhões. De acordo com o Saae, esse trabalho foi executado pela autarquia após o relatório de 2010 e, por isso, "os 157 pontos citados não correspondem mais à realidade atual".
O relatório do Plano Diretor Ambiental, em sua apresentação, informou que o objetivo do levantamento foi consolidar a segunda etapa do trabalho de elaboração do documento, etapa que corresponde à elaboração do Diagnóstico Ambiental Preliminar do município de Sorocaba. O relatório leva a assinatura da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) da Prefeitura, da Cooperativa Andina de Fomento (CAF) e da empresa Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. O documento foi utilizado pela deputada federal Iara Bernardi (PT), em 2011, como base de pesquisa para um trabalho acadêmico na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) sobre a represa de Itupararanga para a obtenção do título de mestre.
Águas de verão
Muito além dos números, essa situação tem relação direta com a vida de pessoas como a dona de casa Edna Ricardo da Cruz; o proprietário de dois imóveis (um deles na rua Abilio Moysés), Lourenço Martins, e o aposentado Álvaro Lopes Pereira. Edna, de 46 anos, mora na rua Prof. Luiz Amaral Wagner (próximo à rua Saliba Motta) com o marido e quatro filhos. São dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Na sala, o sofá está suspenso sobre duas cadeiras. Nos outros cômodos, a marca das enchentes está nos móveis fora do lugar e nas paredes com rachaduras. Ela convive com os transtornos e o medo de a casa desabar. A água é de esgoto e invade a casa a qualquer chuva, mesmo em situações em que o rio Sorocaba não transborde. Bichos vêm junto com a sujeira: "Um dia catei escorpião no quarto, andando na parede. O meu medo é a casa cair na gente." Seu sonho é sair dali, vender a casa, mas sabe que isto é difícil: "Nem que sejam dois cômodos." Com renda familiar de R$ 1 mil, ela tem dificuldade de alugar casa para fugir da moradia de risco.
Na rua Abilio Moysés, bairro de Pinheiros, famílias foram retiradas mas o local continua sendo invadido pelas águas do rio Sorocaba. Lourenço, que tem um depósito de bebidas na rua, acha que a solução seria aterrar a via no nível da rua Paulo Setúbal, abrir bocas de lobo que funcionem e desassorear o rio. "O rio é cheio de bancos de areia", ele descreveu. Para ilustrar a gravidade da situação, ele tentou mostrar o local onde deveria haver uma boca de lobo. O lugar está completamente entupido de terra e coberto de mato rasteiro.
Na avenida Engenheiro Carlos Spanghero, na Vila Matilde, o problema é uma ponte sobre o córrego Matilde, no cruzamento com a rua Profa. Elza Salvestro Bonilha. Três tubulações sob a ponte, com diâmetro de 1 metro, não são suficientes para dar vazão à água do córrego nos dias de temporal. Álvaro Lopes Pereira informou que, para piorar a situação, o Saae "estrangulou" pelo menos um terço do espaço para a vazão dos tubos, atravessando no meio deles outra tubulação (de esgoto) ligando os dois lados da ponte. "É um absurdo, gravíssimo", criticou Álvaro. "Eu, que tenho pouco estudo, se me dessem uma obra dessa eu faria melhor do que eles (engenheiros)."
Quando a obra estava sendo executada, Álvaro questionou a implantação da tubulação de esgoto que "estrangulou" a tubulação de passagem da água, e manteve um diálogo com um engenheiro do Saae. Na sua descrição, o engenheiro disse que a obra se baseava em estudo técnico, e ele rebateu: "Eu vou fazer de conta que acredito, mas tenho convicção de que esta obra vai causar mais problemas para nós."
"É só imposto que a gente paga, mas não tem melhoria nenhuma", disse Maria Aparecida Claro, de 66 anos, que mora a 10 metros da ponte. "É só promessa", falou outra moradora, Maria Aparecida Claro Monteiro, de 61 anos. "É muito descaso", afirmou Daniele Rizero do Nascimento Claro, de 30 anos, outra moradora do local.
O que diz o Saae
Sobre os problemas com a ponte na Vila Matilde, o Saae informou: "Todas as passagens (pontes) existentes no córrego que atravessa a Vila Matilde (o que inclui a ponte com obra criticada por Álvaro) serão substituídas pelo Saae/Sorocaba por galerias celulares, que permitem a eliminação dos tubos hoje existentes e a passagem das águas pela seção toda da "ponte", e desta forma possibilitando maior vazão e minimização de ocorrências de transbordamento do córrego. O Saae/Sorocaba já finalizou os projetos das referidas obras e já possui as licenças ambientais necessárias para a sua execução."
Quanto à rua Abilio Moysés, o Saae anunciou: "Para resolver o problema citado, na próxima semana o Departamento de Drenagem do Saae/Sorocaba estará implantando um sistema de válvulas flaps naquela região, cujo funcionamento evita o retorno das águas do rio Sorocaba para a rua Abílio Moysés, em períodos de chuvas intensas e transbordamento do rio. A autarquia também vai proceder a limpeza e desobstrução das bocas de lobo existentes na região para o perfeito escoamento das águas pluviais."
De acordo com o Saae, o que se passa na região da rua Saliba Motta, e consequentemente na residência de Elza, são os retornos de esgoto, que por sua vez são causados por ligações "equivocadas" de água de chuva na rede de esgoto, pelos próprios munícipes. As tubulações de ralos de quintais e corredores das residências, conforme o Saae, devem ser direcionadas para a parte frontal dos imóveis, para que a água de chuva escorra pelo meio-fio e deste para a boca de lobo mais próxima.
"Ocorre que as pessoas costumam ligar tubulação de água de chuva na rede de esgoto e como esta não está dimensionada para receber esse volume extra, a água de chuva juntamente com o esgoto acaba retornando para dentro do imóvel", descreveu a autarquia. "Para detectar essas ligações erradas, o Saae/Sorocaba fez um projeto piloto em 2012 no bairro Júlio de Mesquita, utilizando um sistema que utiliza fumaça não-nociva para "descobrir" essas ligações feitas de forma incorreta e pretende dar continuidade a esse trabalho, visto que o problema se estende por toda a cidade."
Foto: Emídio Marques

domingo, 22 de junho de 2014

DIZ A LENDA: Em 6 anos, mais 360 mil árvores para Sorocaba

Meta consta no Plano Municipal de Arborização, lançado em 2009 e que prevê o plantio de 981.996 mudas até 2020

Em seis anos Sorocaba deverá receber mais de 380 mil novas árvores na área urbana do município, o que garantirá o índice de 20% de cobertura do território por projeção de copa (área de sombra). Pelo menos essa é a meta estabelecida pelo Plano Municipal de Arborização, lançado pela Prefeitura em 2009, que prevê o plantio de 981.996 árvores até 2020. Até o maio deste ano, foram plantadas cerca de 600 mil mudas, o que corresponde a 61% do total a ser atingido. Nos primeiros cinco meses de 2014 foram 10 mil, volume bem inferior à meta fixada pela própria Prefeitura, que é de promover o plantio de uma média de 100 mil novas mudas por ano.
 
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), Sorocaba conta atualmente 60,1 quilômetros quadrados de projeção de copa, o que corresponde a 16,35% da área urbana do município. A proporção é de 100 metros quadrados de projeção de copa para cada habitante da cidade. Essa medida é feita a partir da medição da sombra que uma árvore faz ao sol de meio-dia.
 
Embora a zona norte da cidade tenha a maior área absoluta de projeção de copa do município, com 50,4% das árvores existentes na cidade, a região é a que tem maior carência de cobertura vegetal em passeios públicos. Isso porque embora a região ainda tenha extensas áreas verdes, ela tem sofrido com a crescente ocupação com novos empreendimentos imobiliários. Por isso, a Secretaria de Meio Ambiente informou que as ações de plantio de novas mudas têm sido destinadas aos bairros dessa região, como o Jardim Califórnia, Parque Santa Esmeralda, Parque das Paineiras e Santa Marina.
 
A segunda região com maior área absoluta de projeção de copa é a zona leste, com 24,2% das árvores, seguida da oeste (16,5%), sul (8,8%) e a região central, com menos de 0,1% das árvores urbanas.
 
O Plano Municipal de Arborização tem priorizado o plantio de mudas em calçadas, avenidas e praças nas regiões com menor índice de árvores, além de novos loteamentos e por solicitação de moradores. Segundo a Sema, o plano contempla também as áreas com problema de erosão, parques municipais e áreas prioritárias para a conexão de fragmentos e formação de corredores ecológicos.
 
Em Sorocaba, nas ações de plantio são utilizadas mais de 80 espécies nativas e frutíferas. Todas as mudas são produzidas nos cinco viveiros mantidos nas penitenciárias Doutor Danilo Pinheiro (Mineirão), Doutor Antônio Souza Netto (Aparecidinha), no Parque Natural Chico Mendes, na Universidade de Sorocaba (Uniso) e no SOS-Eco. Por mês é produzida uma média de 15 mil mudas, utilizadas nos plantios coletivos e também oferecidas à comunidade. So ano passado foram doadas cerca de 30 mil mudas à população, para o plantio em quintais e calçadas.
 
 
Arborização com qualidade


 
 
Para o coordenador do Curso de Gestão Ambiental da Universidade de Sorocaba (Uniso), professor doutor Nobel Penteado de Freitas, a questão da arborização urbana não deve se restringir aos índices de cobertura ou o número de árvores, mas sim na implantação e manutenção de uma arborização adequada do ponto de vista paisagístico, ecológico e de segurança para o patrimônio e a população. "Hoje com a questão do aquecimento global, muito se fala no plantio de árvores, mas não se pensa muito na efetiva qualidade de vida das cidades", afirma.
 
O professor citou que se essa questão fosse pautada apenas no fator numérico, por ano seria necessário o plantio de 4,8 milhões de árvores em Sorocaba, como forma de compensação do carbono emitido anualmente na cidade, seguindo uma proporção de oito árvores por habitante. "Estes cálculos mostram que trabalhar a arborização urbana para compensar emissões de carbono ou manter metas e recordes de plantio, é uma grande besteira. Eu analiso como arborização ideal aquela que contribui para um microclima mais agradável, fornece abrigo e alimento para a fauna, compõe uma beleza cênica no paisagismo, faz sua função de minimizar as enchentes e não causa transtornos para a população e para a vida da cidade".
 
Na avaliação de Freitas, a arborização de calçadas em Sorocaba deixa muito a desejar, com espécies inadequadas, manutenção precária e falta de arborização em grande parte da cidade. Segundo ele, o Plano Municipal de Arborização não tem atendido as necessidades da cidade, pois apesar de muitas áreas de parques e avenidas terem sido arborizadas, as calçadas e passeios públicos, que têm importante papel na melhoria do microclima e no ambiente paisagístico, não estão sendo cuidadas adequadamente. "Nos últimos anos a cidade se preocupou muito com metas e números, inclusive de maneira questionável." Ele cita como exemplo os megaplantios adensados em que foram utilizadas 5 ou 6 mudas por metro quadrado, em que se espera que de cada 30 árvores plantadas, no final somente uma sobreviva. "Deu-se a impressão de que teríamos uma enorme área de vegetação, com extensas áreas de cobertura e grandes quantidades de captura de carbono, mas que na prática não vão se configurar", comenta.
 
"Hoje com a questão do aquecimento global, muito se fala no plantio de árvores, mas não se pensa muito na efetiva qualidade de vida das cidades" Nobel Penteado de Freitas, coordenador do Curso de Gestão Ambiental da Uniso
 
Crédito: ADIVAL B. PINTO
 
Notícia publicada na edição de 05/06/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Sorocaba trata menos esgoto do que o divulgado

Índice real atinge 81,8% ao invés de 96% informado em notícias oficiais



Sorocaba trata 81,8% do esgoto que gera, 14,2% a menos do que começou a divulgar há quase quatro anos, desde setembro de 2010, quando inaugurou a Estação de Tratamento de Esgoto S-2 (ETE S-2). De lá para cá, o município conquistou prêmios ambientais que também levaram em consideração o tratamento de esgoto. Agora o próprio Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) reconhece que trata 81% e não os 96% que divulgava até o ano passado.

A versão do Saae é que a autarquia passou a utilizar o termo "capacidade instalada de tratamento" ao invés de "esgoto tratado", após concluir o mapeamento dos pontos da cidade em que o esgoto ainda era coletado, durante a gestão do então diretor-geral Geraldo Caiuby, que chefiou a autarquia de 2009 até dezembro de 2012. Mas uma rápida consulta aos sistemas de busca na internet mostram que a informação incorreta continuou sendo divulgada nos sites oficiais do município até mesmo durante o ano passado.

O próprio Saae, em 22 de março de 2013, em notícia publicada no site da autarquia com o título "Dia Mundial da Água e do Rio Sorocaba", propagandeava que as estações de tratamento de esgoto em funcionamento já tratavam 96% e restava apenas a estação de tratamento de Aparecidinha para alcançar os 100%.

No site da Prefeitura, em notícia também do ano passado, publicada na ocasião em que Sorocaba conquistou a segunda colocação no Programa Município Verde e Azul, consta que "o município conta hoje com 96% de esgoto tratado". A mesma notícia informa que "o selo é muito importante, pois garante à administração municipal prioridade na captação de recursos junto ao Governo do Estado".

Apesar de tratar 81% do esgoto, a capacidade instalada para tratamento hoje em Sorocaba, segundo o Saae, é de 99,8%, o que corresponde a 1.598 litros por segundo. Mas trata 1.310 litros por segundo (81%), na explicação da autarquia, por fatores como despejos clandestinos e regiões da cidade com altitude abaixo das redes coletoras, o que exigirá a implantação de estações elevatórias, para o bombeamento do esgoto até a rede. "Temos também os casos de locais onde o esgoto ainda não é coletado, devido a dificuldades técnicas, como no bairro Santa Terezinha, e os casos de obras que ainda não estão concluídas, como o coletor-tronco do Pirajibu", informa o Saae.

Cerca de 4% de todo o esgoto gerado na cidade ainda depende da conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto de Aparecidinha, cujas obras estão paradas, após a Prefeitura ter pago até R$ 7 milhões a mais do que foi instalado em equipamentos. A empresa recebeu parte dos recursos e não aplicou nas obras, segundo processo movido pelo Saae contra a empreiteira. O dia que ficar pronta a ETE Aparecidinha será responsável pelo tratamento do esgoto produzido em Aparecidinha e Brigadeiro Tobias. Nem mesmo a S-2, que em 2010 levou as autoridades a divulgarem que 96% do esgoto estava sendo tratada deixa de funcionar em sua plena capacidade, porque depende da conclusão do coletor-tronco do Pirajibu, cuja obra também foi abandonada pela empreiteira contratada.

O rio Sorocaba recebe esgoto sem tratamento até mesmo na região central, próximo à Praça Lions, pelo córrego Supiriri. O Saae informa que o esgoto no Supiriri vem da região da Vila Santa Terezinha, onde existem dificuldades para coleta, incluindo obras que serão necessárias no sistema de galerias de águas pluviais, "motivo pelo qual o Saae/Sorocaba está desenvolvendo estudos e projetos para a definição da solução mais adequada", informa a autarquia. Mas ressalta que nem todo o volume sem coleta é lançado no Supiriri porque muito imóveis possuem fossas sépticas.

Apesar do esgoto da região de Brigadeiro Tobias não ser tratado, a população que lá reside também paga taxa pelo lançamento do efluente. Segundo o Saae, o tratamento só será possível quando a ETE Aparecidinha funcionar, no entanto a região possui coleta e afastamento do esgoto. "A taxa de esgoto, que corresponde a 92,5% sobre o volume de água consumida, é paga por aquela população, visto que se servem da rede pública existente, para a coleta e o afastamento do seu esgoto", justifica a autarquia.

O Saae alega que as questões que impedem o tratamento de esgoto no volume que a capacidade instalada permite, incluindo as redes coletoras, os emissários, os coletores, as estações elevatórias e as estações de tratamento, "estão sendo solucionadas gradativamente pela autarquia, por meio de fiscalização mais atuante e eficiente e com investimentos, de acordo com as diretrizes e projetos traçados pelo Plano Diretor do Saae/Sorocaba, e no caso do esgoto, a partir do mapa que a autarquia traçou, contendo todos os pontos da cidade ainda não interligados às redes coletoras e/ou de tratamento de esgoto". Mas deixa de prever até quando a situação será solucionada.


Diretores terão que explicar porcentual de esgoto tratado

Informação que Sorocaba só trata 81,8% dos efluentes provoca polêmica

O ex-diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Geraldo Caiuby e o atual, Adhemar José Spinelli Júnior, serão reconvocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Saae e terão que prestar novos depoimentos aos vereadores.

O presidente da CPI, o vereador Carlos Leite (PT), usou a tribuna ontem para informar que se reunirá, em breve, com os outros seis integrantes da comissão para colocar em votação a reconvocação de Caiuby e Spinelli. Ele usou o termo "a grande mentira" para comentar a matéria publicada pelo jornal Cruzeiro do Sul de ontem, que trouxe a informação de que o tratamento de esgoto de Sorocaba é inferior ao divulgado oficialmente - o município diz, desde 2010, que trata 96% e na verdade o Saae confirmou que o tratamento é de 81,8%. "Foi uma grande mentira a propaganda, tanto do ex-prefeito como ex-diretores do Saae, dizer a população de Sorocaba de que nós tínhamos 96% do esgoto tratado." A reportagem ouviu a maioria dos integrantes da CPI e quatro vereadores confirmaram que serão favoráveis à reconvocação dos ex-diretor e do atual diretor.

O presidente da CPI, Carlos Leite (PT), disse que as diligências feitas pelos membros da CPI mostraram que o município não tratava os 96% de esgoto anunciado oficialmente, tendo em vista em que em muitos locais visitados foi verificado que não havia o tratamento, como São Bento 2 e Brigadeiro Tobias. Ele indicou que a matéria do jornal mostrou que houve uma "propaganda enganosa" e que o conteúdo publicado pelo Cruzeiro será incorporado ao relatório final da comissão. Os documentos serão encaminhados para o Ministério Público (MP/SP). "Será convocada a empresa que abandonou as obras (a ECL) para vir prestar depoimento e possivelmente teremos sim a convocação de membros que já estiveram na oitiva. Eles poderão ser convocados novamente."

O membro da CPI, o vereador Marinho Marte (PPS), disse que vai votar pela reconvocação do ex e do atual diretor-geral do Saae. Segundo ele, o Saae se tornou ao longo do tempo "uma caixa-preta", em que a administração é fechada e os números passados não são verdadeiros. "O Saae literalmente carece cada vez mais de uma devassa e isso que temos que fazer ."

O vereador José Crespo (DEM) diz que a matéria do jornal Cruzeiro do Sul é reveladora e mostrou que algumas informações passadas para a CPI, feitas sob juramento, são falsas. Ele indicou que, mesmo com a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Aparecidinha, que no máximo vai tratar 4%, Sorocaba não vai chegar em 100%. Crespo afirmou que existem bairros na cidade que possuem fossas cépticas e continuarão tendo por vários anos, diante da inviabilidade financeira. "Isso é até aceitável, desde que seja transparente. O que não podemos aceitar é mentira e é o pior tipo de mentira, que é contra o interesse coletivo."

O vereador Pastor Apolo (PSB), relator da CPI, explicou que ainda não houve a reunião da CPI e afirmou que a matéria jornalística será avaliada pelos membros. "Queremos uma resposta objetiva disso, e se for necessário, eu sou favorável sim a reconvocação."


Saae


A direção do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) não concordou com a afirmação do vereador Carlos Leite. Segundo nota oficial da empresa, em momento algum a intenção foi a de divulgar informação irreal à população e que a autarquia passou a esclarecer que 96% é a capacidade instalada para o tratamento de esgoto e não o percentual de esgoto tratado, a partir do instante em foi detectado que os números estavam provocando dúvidas e interpretações diferentes. "Ou seja, desde 2010, com a inauguração de mais uma Estação de Tratamento de Esgoto, a ETE S-2, Sorocaba passou a possuir capacidade técnica e operacional para tratar 96% do total de esgoto que a cidade produz, porém esse percentual ainda não é atingido devido a um determinado volume de esgoto que ainda não vem sendo coletado, devido a dificuldades técnicas que brevemente serão superadas, e também em decorrência de obras que ainda não estão concluídas e se encontram em fase final, como são os casos do coletor-tronco do córrego Pirajibu - que vai coletar os esgotos das regiões do Éden e do Cajuru e os enviará para tratamento na ETE S-2 -, e a Estação de Tratamento Aparecidinha, que vai tratar o esgoto de Brigadeiro Tobias e do próprio bairro Aparecidinha."

O corpo técnico e diretivo do Saae/Sorocaba disse que está a disposição dos vereadores para nova convocação e indicou que irá aproveitará a oportunidade, da ida à CPI, para prestar esclarecimentos a população. A autarquia destacou ainda que o índice superior a 80% de esgoto tratado é da mesma forma motivo de orgulho para Sorocaba, já que são poucas as cidades do mesmo porte no país que conseguiram alcançar o número.

O diretor-geral da autarquia, o engenheiro Adhemar José Spinelli Júnior, destacou ainda que, independentemente dos números que estão sendo discutidos, o objetivo principal das obras e ações desenvolvidas é a recuperação do rio Sorocaba, que está sendo alcançada. "Isto constitui em prova evidente dos esforços da prefeitura e do Saae, o que pode ser constatado pelos índices de qualidade das suas águas, assim como também visualmente, com o retorno dos peixes e dos pescadores e com a recuperação de todo o seu ecossistema."


Notícia publicada na edição de 04/06/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Comissão aprova arborização obrigatória de conjuntos habitacionais

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou na quarta-feira (28) projeto do ex-deputado Romero Rodrigues (PB) que obriga a arborização de vias públicas pelas empresas construtoras de conjuntos habitacionais financiados com recursos públicos (PL 1379/11).
Segundo a proposta, para a contratação do financiamento junto ao agente financeiro público, o empreendedor deve apresentar projeto de arborização aprovada pelo poder público municipal.
O substitutivo aprovado na comissão exige que o empreendedor seja responsável pela manutenção das árvores plantadas até a ocupação efetiva dos conjuntos habitacionais. O texto também estabelece que a arborização seja feita predominantemente com espécies nativas.
O relator, deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), defendeu a aprovação da proposta. Segundo o parlamentar, tão importante quanto oferecer moradia para as populações de baixa renda é garantir aos conjuntos habitacionais uma arborização que assegure a melhor qualidade de vida.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Novo Plano Diretor coloca em risco o meio ambiente



Entidades ligadas à área ambiental, rural e representantes de universidades criticaram a proposta de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial de Sorocaba, ontem pela manhã, durante audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal. Para eles, o projeto de lei 178/14, que propõe a revisão, é mais permissivo do que o atual, incentiva o aumento da população, a expansão imobiliária, não protege os recursos naturais, nem proporciona maior qualidade de vida para os moradores da cidade. Novamente a Prefeitura não enviou representantes à reunião. 



O novo Plano Diretor foi elaborado pela Prefeitura de Sorocaba, enviado à Câmara no final de abril deste ano e está sendo discutido em uma série de audiências públicas para depois passar pelas comissões de vereadores e entrar em votação. O plano vigente foi elaborado em 2004 e revisado em 2007, portanto, tem validade até 2017. 


Revisão inadequada 

Na visão do secretário executivo da Ong Pé de Planta, Paulo Sgroi, a proposta de revisão como um todo é inadequada, pois fragmenta o município em lotes menores e não há um benefício claro para a população. Ele cita que o plano diretor é a peça principal para a gestão do município, da qual derivam todas as outras leis e planos, e critica a necessidade dessa revisão antes da exigência legal, que é para 2017. 

Para Sgroi, o plano trará um maior adensamento para a cidade e é preciso entender qual é a motivação para essas mudanças, a quem interessa que Sorocaba caminhe para o que vive hoje a cidade de São Paulo, que não comporta a população que lá habita. "Esse afogadilho todo é: tem um monte de empreendimento engavetado, então é preciso mudar logo o tamanho dos lotes para autorizar esse empreendimento", aponta. Sgroi alerta para que sejam identificados esses desvios que só favorecem algumas pessoas ou grupos "minúsculos", mas que não beneficiam a cidade como um todo. 

O representante da Ong também critica a falta de fiscalização do plano vigente, da ausência de um fluxo organizado de licenciamento ambiental - que passe pela avaliação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema), e da falta de transparência nesse processo. Para ele, os cidadãos também devem ter acesso a informações para atuar como fiscais, fazer denúncias e terem o acompanhamento do resultado dessas denúncias, o que não ocorre atualmente. 



Proposta permissiva 

Os especialistas também afirmaram que o plano vigente é mais restritivo do que a proposta de revisão, ou seja, o novo texto que está sendo analisado seria mais permissivo a mudanças de uso do solo e menos protetor no sentido ambiental. "A sensação que eu tenho com esse novo plano diretor é que aquele jogo Banco Imobiliário foi colocado em cima da cidade. Os empreendedores imobiliários pressionam e vai se passando o canetão", critica Demis Lima, biólogo e representante da empresa Biodiversa Inovações Ambientais. 

Lima explica sua colocação, dizendo que trabalhou por três anos como técnico da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Sorocaba, e que sabe da pressão que o setor imobiliário exerce para a aprovação de empreendimentos, muitas vezes sem estudos de impacto de vizinhança e ambiental. "Fica o bônus para os empreendedores, mas o ônus fica com a sociedade", argumenta o biólogo, que cita como consequência negativa a dificuldade de mobilidade urbana, o esgotamento de recursos hídricos e perda de áreas verdes. 

O professor de Engenharia Florestal e representante da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) campus Sorocaba, Luiz Carlos de Faria, concorda com Lima e chama a atenção para o fato de que Sorocaba já possui pouco meio ambiente natural. "O plano diretor atual é mais restritivo. Se flexibilizarmos, daqui a alguns anos teremos menos do que o pouco que há hoje. Eu vejo esse plano como mais desenvolvimentista, que esquece da sustentabilidade". 

Redução de áreas rurais 

Outro ponto discutido amplamente ontem foi a diminuição da zona rural para 14% do município, proposta na revisão do plano. Para o presidente do Sindicato Rural de Sorocaba, Luiz Antonio Marcello, é preciso preservar as propriedades rurais da cidade. 

Ele aponta que, por conta da falta de políticas públicas para os produtores, houve um êxodo rural, e hoje 85% dos produtores estão em áreas que foram urbanizadas, e que lutam para conseguir manter sua atividade. Eles precisam provar, todo ano, que são produtores, para não terem que pagar valores que chegam a R$ 20 mil reais em IPTU, o que nem sempre conseguem devido ao despreparo técnico da Prefeitura e à burocracia. "Se as propriedades rurais começarem a ser vendidas e loteadas, vai haver mais impermeabilização do solo, e isso traz consequências como enchentes, alagamentos e falta de abastecimento dos lençóis freáticos", enfatiza. Ele diz que há mais de 500 produtores rurais na cidade e que muitos desejam continuar, mas é preciso que haja condições para tal. 

Os especialistas na área ambiental concordam com a necessidade de preservar as áreas rurais para que contribuam não só com o abastecimento de alimentos, mas com a preservação do meio ambiente, como aponta Luiz Carlos de Faria. Paulo Sgroi acrescenta que as dificuldades enfrentadas pelo setor dão margem para a especulação imobiliária, ou seja, empreendedores compram essas áreas e esperam até que haja condições econômicas e que o plano diretor passe a permitir a construção de condomínios nesses locais, com a mudança de zoneamento como a que está sendo proposto agora. 

Texto subjetivo 


O engenheiro ambiental e professor Roberto Wagner Lourenço, representante da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp - campus Sorocaba), aponta que o texto do novo plano diretor possui regras subjetivas e dá margem à interpretações diversas. Dentre outros exemplos, ele citou os termos "qualidade ambiental" e "equilíbrio ambiental", que geram dúvidas e deveriam ser trocados por palavras técnicas como "preservação e conservação ambiental". A palavra "restringir" a ocupação nas áreas de proteção de mananciais e de várzeas também é errada, na visão dele, e deveria ser substituída por "impedir". 

Outro ponto defendido por Lourenço, assim como pelo professor da Ufscar, por Paulo Sgroi e pelo ambientalista e ex-vereador Gabriel Bittencourt, é que o Plano Diretor deveria estar em sintonia com o Plano Diretor Ambiental (PDA). Para eles, a proposta de revisão entra em conflito com o que foi definido pelo PDA. 

O presidente da Comissão Especial do Plano Diretor da Câmara, que presidiu a sessão, vereador José Crespo (DEM), lembrou que esse plano ambiental foi elaborado por uma empresa contratada como exigência de um agente financeiro, para que aprovasse o financiamento para obras viárias do programa Sorocaba Total. "A Prefeitura não pretendia executar um plano diretor ambiental", critica, dizendo que o texto, de 500 páginas, foi engavetado, pois só teria sido feito para que as obras viárias fossem executadas. Esse plano não foi protocolado na Câmara e não virou lei, o que Crespo critica, pois diz que qualquer um pode alterá-lo sem ninguém jamais saber.


Entidades do Setor da construção criticam restrições do Plano Diretor

Ausência de secretários municipais nas discussões foi novamente criticada na Câmara de Vereadores


Míriam Bonora

As mudanças das regras para construção de imóveis previstas na proposta de revisão do Plano Diretor de Sorocaba foram o principal tema de discussões ontem pela manhã, durante a terceira audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal, com a presença de entidades ligadas ao setor.

Participaram do encontro ontem, como convidados da Comissão Especial do Plano Diretor, representantes das regionais do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi), do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (Aeas) e da 24ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Também estiveram presentes vereadores, membros de associações de bairros e munícipes.

A próxima audiência pública sobre o Plano Diretor será na quarta-feira, dia 18, às 9h30, com a presença de entidades ambientalistas, rurais e universidades, além de cidadãos que desejem participar do debate. Essas audiências darão subsídios aos vereadores para elaborarem emendas e votarem o projeto de lei 178/14, que foi enviado no final de abril pela Prefeitura e prevê a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial da cidade.

Novamente a Prefeitura de Sorocaba não enviou representantes. Essa ausência foi criticada pelo presidente da Comissão, vereador José Caldini Crespo (DEM), que pela segunda audiência seguida solicitou que um "avatar" com a fotografia do secretário de Mobilidade, Desenvolvimento Urbano e Obras, Antonio Benedito Bueno Silveira, fosse afixado em uma das cadeiras da mesa principal dos trabalhos.

Crespo afirmou que essa foi uma forma de protesto, mas também de incentivar com que o secretário ou algum representante compareça nas próximas audiências. Ao final da audiência, após um cidadão manifestar incômodo com o "protesto", Crespo virou a fotografia do secretário "para a parede", deixando as costas brancas do papel viradas para o público.


Críticas e sugestões


Durante as falas das entidades convidadas, as principais críticas foram sobre o limite de altura dos edifícios nas zonas residenciais (ZR) e 3, que, segundo a proposta da Prefeitura, devem ter, no máximo sete pavimentos, contando o andar térreo. O diretor regional do Secovi, Flávio Amary, destacou que essa limitação vale para quase toda a zona residencial da cidade e que essa mudança trará impactos sociais e econômicos negativos.

O diretor do Sindicato da Habitação também critica o tamanho mínimo dos lotes, que segundo o texto passará de 150 metros quadrados para 200 m2. Ele acredita que, se isso ocorrer, haverá um incentivo à favelização da cidade, pois os imóveis ficarão mais caros e muitas pessoas não terão condições de comprar sua casa própria em Sorocaba, o que pode gerar invasões. Amary mencionou também a possibilidade de aumento da coabitação, ou seja, duas famílias morando em um mesmo terreno.

O diretor da Regional Sorocaba do Sinduscon, Elias Stefan Junior, concorda e enfatiza que essa limitação de altura dos prédios vai gerar empreendimentos com mais torres. Para a entidade, isso diminuiria as áreas permeáveis, a ventilação e iluminação das moradias, além de aumentar custos de construção e de manutenção, como taxas condominiais, energia elétrica, além de área verde e de lazer reduzidas.

Para Stefan, o impacto econômico seria negativo, pois os empreendimentos ficariam mais caros para as incorporadoras e também para os compradores dos imóveis. Esse reflexo, para o diretor, seria sentido na queda do emprego na construção civil e em toda a cadeia produtiva, o que diminuiria a arrecadação municipal e estimularia a migração desses negócios para outros municípios.

O limite de altura dos prédios também foi criticado pela Aeas e pelo Creci. "Quanto melhor a qualidade do produto, com custo menor e quantidade boa de oferta, será melhor para a população", argumentou o subdelegado regional do Creci, Iwao Kawaye.

O Secovi, o Sinduscon e o Creci também criticaram o aumento das Áreas de Proteção Permanente (APPs) para conservação dos rios e córregos da cidade. Para eles, áreas como os 150 metros de APP nas áreas não urbanizadas do rio Sorocaba são muito grandes, sem critério técnico, e que propiciariam invasões.

Sobre essa questão, o presidente da Subsecção de Sorocaba da OAB, Alexandre Ogusuku, pondera que, independente do tamanho das APPs, é preciso que o Poder Público fiscalize essas áreas para que as invasões não ocorram. Sobre o tamanho dos prédios, Ogusuku argumenta que, para além da discussão de limite de andares, é preciso pensar em evitar uma densidade muito alta em determinada região, guardando distância mínima entre as torres e pensando na qualidade de vida, como mobilidade, infraestrutura de água, esgoto, energia elétrica, saúde etc.


Falta infraestrutura e cuidado ambiental


Além das entidades convidadas, quatro munícipes que acompanhavam a audiência também se manifestaram, principalmente criticando a falta de infraestrutura e preocupação com a preservação dos recursos hídricos. Entre as falas, a professora de biologia Vera Costa Fogaça apontou a necessidade de preservar os biomas para que os recursos hídricos também sejam protegidos, sem os quais não haverá abastecimento de água para a população.

Vera também criticou os empreendedores imobiliários, dizendo que a maioria deles "só querem ganhar dinheiro" construindo imóveis pequenos e grudados um ao outro, sem área permeável por onde passe a água da chuva - para que ela infiltre no solo e abasteça os lençóis freáticos. Ela diz que esse aumento do "concreto" na cidade faz aumentar as enchentes, e isso precisa ter regras. "Não há preocupação com o meio ambiente, só se impermeabiliza a cidade", aponta.

O membro da Associação de Moradores da Região Leste da cidade, Cláudio Robles, questiona o aumento de áreas residenciais previstas para aquele local, já que argumenta não haver infraestrutura suficiente nem para as pessoas moram lá atualmente. "Não dá para ocupar mais 6 quilômetros de zona residencial 3 em Aparecidinha. Se fosse terrenos de 200 metros quadrados, teríamos lá mais 45 mil pessoas, mais que o dobro do atual. Como vamos fazer se não temos água nem esgoto? Isso é uma vergonha", disparou.

FONTE:
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/553363/novo-plano-diretor-coloca-em-risco-o-meio-ambiente