Sua profissão é plantar árvores
Autodidata, Flores Welle plantou a primeira semente aos 7 anos
08 de julho de 2009
A profissão de plantador de árvores, como ele define seu trabalho, começou cedo para o consultor Flores Welle - que traz no próprio nome o gosto por plantas. "Quando tinha sete anos, meu pai me mostrou um punhado de grãos e perguntou o que era. Respondi que era milho, mas a resposta foi negativa. ?São sementes de milho?, ele disse, me explicando que, plantadas, cada uma das sementes daria origem a uma nova planta com outras novas espigas", conta. "Foi esse ato singelo que despertou meu interesse."
Valéria Gonçalvez/AE
PLANTAS NO PRÓPRIO NOME - Flores Welle e seu jequitibá-rosa, que plantou há 32 anos
A partir daí, Welle não parou mais. Autodidata, coletava sementes de todas as árvores que encontrava e plantava. Seu pai, Guilherme Welle, um dos fundadores de Holambra, era professor de botânica e identificava as espécies coletadas pelo filho. "Só de olhar, ele já sabia que árvore era. Imagina um holandês saber, de cor, nomes de espécies nativas do Brasil." Aos 12 anos, Welle plantou 100 mil mudas de ipê roxo. "Lembro que 30 mil plantas vingaram." Na época, vendeu tudo. "Também aprendi a importância de diversificar o plantio, porque muitas pessoas vinham procurar outras espécies, mas eu tinha mudas de uma espécie só."
DE HOBBY A PROFISSÃOAntes dos 18 anos, Welle já era conhecido na região por suas mudas. Por conta própria, coletava as sementes e fazia as mudas em embalagens de óleo recicladas. "Pegava carona para recolher essas embalagens nos postos de gasolina, que jogavam tudo no lixo. Voltava para casa cheio delas."
Ele lembra também quando descobriu que sua vocação tinha virado trabalho. "Quando fui reclamar ao meu pai que não havia recebido o dinheiro por umas mudas vendidas, ele disse: ?O que você faz não é mais hobby, virou profissão?".
O plantador de árvores mora até hoje na casa onde nasceu, em Holambra. No "quintal" da casa, Welle mostra com orgulho um jequitibá-rosa, plantado por ele há 32 anos. "A semente veio de Campinas."
Hoje, Welle contabiliza projetos de reflorestamento em cerca de 30 propriedades em Holambra, além de serviços prestados em sítios em Minas Gerais e em outros municípios de São Paulo. "Mais importante do que a remuneração por esse trabalho é o comprometimento do cliente, é se ele tem amor real à causa. Meu interesse é criar laços com pessoas sérias", diz Welle, que, na falta de reconhecimento profissional para plantador de árvores, se autointitula lavrador ou agricultor.
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