segunda-feira, 10 de setembro de 2012

SOBRE A ARTE DE CULTIVAR AS PESSOAS


"Conta-se que, na China antiga, um príncipe estava as vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, resolveu fazer uma disputa entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta e anunciou: "Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, trouxer-me a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China."

A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...



Uma jovem muito simples, que nutria
sentimento de profundo amor pelo príncipe, embora não fosse de berço ou tivesse formosa beleza, decidiu que participaria do desafio, concorrendo com as mais belas moças, vestidas com as mais belas roupas, adornadas com as mais belas jóias e, também, com as mais variadas - e nem tão belas - intenções.
Mesmo cuidando com ternura e paciência de sua semente, por não ter muita habilidade na jardinagem, nada surgia no vaso da jovem. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor cultivado. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.Na hora marcada pelo príncipe, ela estava lá com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu: "Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas sementes que entreguei eram estéreis."

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