domingo, 30 de agosto de 2009

Prefeitura remove as árvores condenadas da praça central



Notícia publicada na edição de 24/08/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno A -
As árvores retiradas estavam infestadas de cupins e tinham a estrutura podre

Quatro árvores da espécie sibipiruna com média de 30 anos e mais de 10 metros de altura foram cortadas, ontem pela manhã, na praça Coronel Fernando Prestes, no centro da cidade. Elas foram retiradas porque estavam podres e infestadas de cupins, o que colocava em risco cerca de 90 mil pessoas que diariamente passam pelo local, já que as árvores poderiam cair a qualquer momento.

Partes dos troncos retirados foram levados para o Parque Zoológico Quinzinho de Barros onde servirão de puleiros para o plantel de onças, e a outra parte seguiu para o laboratório da Secretaria de Meio Ambiente para estudos científicos.

A operação de corte e retirada das árvores durou perto de quatro horas e envolveu mais de vinte funcionários da Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe) e Secretaria de Meio Ambiente. O trecho em que estavam as sibipirunas foi isolado pela Guarda Municipal, mas ainda assim um rapaz quase foi atingido pelos galhos de uma das árvores durante o corte. O jovem pintava o toldo de uma loja na hora da derruba da árvore. Ele não ficou ferido, porém ninguém entendeu como o rapaz surgiu dentro da área de isolamento durante os trabalhos.

O zelador Rubens Alves Costa, 52 anos, aprovou o corte das árvores podres porém questionou o serviço de reposição das vegetações retiradas pela prefeitura. Uma outra árvore foi retirada há mais de quatro meses da praça e até agora nada foi replantado no lugar, reclamou Costa. Ele contou que há 17 anos mora num edifício em frente à praça e que custou acreditar que aos poucos um espaço como aquele perde toda vegetação e, em consequência provoca o aumento da poluição na região.

Não adianta plantar árvores em outro lugar. Tem que plantar outra no mesmo lugar. Lembro quando tinha inúmeras árvores, chafariz e até banheiros na praça, agora não tem nada, lamentou o zelador.

Reforma da praça

Segundo o coordenador da operação, Sérgio Salinas, só serão replantadas árvores nesses locais, após o processo de reurbanização da praça. Nos locais, para compensar as espécies, para cada árvore retirada serão plantadas quatro mudas nativas com, no mínimo, quatro metros de altura.

Na praça Coronel Fernando Prestes existem 16 árvores com média de 100 anos que passaram por poda durante o dia de ontem. O engenheiro agrônomo, Aroldo José Pinto explicou que, devido às construções no entorno da praça, foi aumentando a dificuldade das árvores de receber a luz do sol, por esse motivo, as plantas foram subindo em busca da luminosidade e isso fragilizou a estrutura das mesmas.

Cidade tem 2.800 nascentes e pouca vegetação




Notícia publicada na edição de 21/08/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno A


A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) divulgou ontem um diagnóstico ambiental de Sorocaba. Entre as revelações, pela primeira vez foi anunciado que a cidade possui 2.800 nascentes, um número considerado alto pela secretária da pasta, Jussara de Lima Carvalho. Em contrapartida, a cidade conta apenas com 5% de cobertura vegetal, um percentual que, juntamente com a arborização da cidade foi apontado como insatisfatório e mal distribuído.

Conforme o levantamento, as Zonas Norte e Oeste da cidade são os locais que possuem menos cobertura vegetal e, por esse motivo, as primeiras regiões a serem beneficiadas com o plantio de 300 mil árvores, a meta da atual gestão.

A realização do levantamento foi necessária para a elaboração dos planos de arborização e de recuperação de mata ciliar e nascentes, finalizadas essa semana pela Sema e apresentados ontem, juntamente pelos membros das equipes e secretários da pasta de Meio Ambiente e de Obras e Infraestrutura Urbana, esta administrada pelo secretário Wilson Unterkircher Filho.

Verde concentrado

A consideração de Jussara diante dos resultados, principalmente quanto à cobertura vegetal local foi equilibrada. Em primeira análise estamos ótimos, mas isso não é distribuído igualmente na cidade, ponderou, lembrando que, se de um lado a cidade possui 25 metros quadrados de área verde por habitantes - superior ao padrão internacional que pede 12 metros quadrados - a má distribuição é preocupante. A secretária reforçou ainda que entende-se por cobertura vegetal parques, calçadas, áreas verdes e áreas permeáveis, como grama, porém, se distribuída de uma forma desequilibrada, concentrada em alguns setores apenas, não surte o efeito desejado. A intenção, reiterou, é homogeneizar as áreas da cidade, e adequar as árvores em seus devidos lugares, já que há espécie específica para cada local. Parque fechado é um tipo de árvore, calçada é outro, quintal também, exemplificou.

Questionados sobre uma possível culpa pela atual situação da cidade, o diretor de serviços urbanos, Clébson Ribeiro, foi enfático. O poder público tem parcela de culpa, por não desenvolver esse assunto. Teve várias tentativas mas com plantio em áreas inadequadas, contou ele, lembrando que uma árvore plantada de forma ou em local inadequado gera prejuízo à população, principalmente no bolso. A população fica com medo das árvores, pois ela passa a prejudicá-los, concluiu.

Segundo Jussara, as ações serão fomentadas com projetos de educação ambiental, para que a população entenda a função, legislação e espécie adequada de árvore para cada local.

Diagnóstico vegetal

Dentro do plano de recuperação da mata ciliar - que fica às margens do rio - há o plano de recuperação também das nascentes, anunciou a secretária da pasta e, pela primeira vez foi levantado o número de nascentes existentes na cidade. Como explicou Jussara, a partir desta localização a equipe poderá diagnosticar essas nascentes, para saber quais estão protegidas com mata ciliar e quais apresentam carência. A meta é recuperar anualmente cerca de 3% da mata ciliar e das nascentes, para tanto, pelo o menos 200 mil das 300 mil árvores que deverão ser plantadas até o final da gestão Vitor Lippi, serão em áreas de mata ciliar. As nascentes que terão prioridade na recuperação serão do Sorocaba, Parabiju e Itanguá. Temos uma malha hídrica muito densa e por outro lado só 5% de cobertura vegetal, boa parte dessa mata ciliar está carente de vegetação, incluindo as nascentes, explicou.